Desde 2007 a equipe do Laboratório de Patrimônio Cultural tem desenvolvido estudos sobre patrimônio industrial do transporte. Suposto que se tratava de conhecer o processo de industrialização e o papel do transporte neste contexto - por recursos a todos os vestígios (documentos, edifícios, equipamentos, locais, narrativas orais, etc.) sobre a sua implantação no Brasil e suas conseqüências em diferentes dimensões (sociais, políticas, culturais, tecnológicas ou econômicas). Ao mesmo tempo, o contato direto com as condições de conservação destes vestígios levou-se às questões patrimoniais (identificação, valoração, reconhecimento público, conservação e difusão). Posteriormente, o estudo do patrimônio ferroviário destacou-se frente a outras temáticas, sob uma perspectiva mais ampla: as valorações institucionais e sociais que são atribuídas aos vestígios e fontes, a sua qualificação como um tipo particular de patrimônio (“patrimônio industrial ferroviário”) e suas formas de gestão e como este tipo de patrimônio exige atenção, desde seus remanescentes edificados até o material documental, passando pelos bens móveis e a memória do trabalho. Por um lado, ficou patente a importância de estudos monográficos sobre as empresas ferroviárias como atividade industrial, e, dentro dela, a relevância do conhecimento tecnológico (conhecimento de engenharia ou arquitetura, de fabricação de veículos de tração e carga) e sua interrelação com aspectos arquitectônicos (espaço de produção e trabalho), econômicos (circulação de produtos e capital), sociais (relações de trabalhos) ou cultural (como a recreação operária ou aspectos simbólicos), além da dimensão territorial das infraestruturas ferroviárias.