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Os tombamentos de bens ferroviários no Estado de São Paulo tiveram início com a abertura do processo de tombamento da Estação Ferroviária de Bananal, no final dos anos de 1960. Entre 1969 e 1984, recorte deste estudo, o Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico (CONDEPHAAT) tombou nove bens de origem ferroviária. Tais proteções, em sua maioria, compreendem apenas o edifício de embarque e desembarque de passageiros. O elevado número de estações reconhecidas no Estado é apontado como uma tendência nostálgica e como um tratamento unitário das partes (RODRIGUES, 1994). Para a autora, não há dúvidas de que são elementos relevantes na composição das memórias, contudo, pouco esclarecedores da importância tecnológica e econômica das ferrovias. A partir dessas considerações, nos interessa saber: quais os argumentos que justificaram as proteções de bens ferroviários no período? Para investigar esse problema, tomaremos como estudo de caso o tombamento do Acervo da Estrada de Ferro Perus-Pirapora. Objetivamos, assim, compreender os argumentos de valoração e os conflitos presentes nesse processo de tombamento. Com isso, visamos contribuir com as reflexões sobre as práticas oficiais de preservação do patrimônio ferroviário no Estado de São Paulo. Dada a ausência de uma política de preservação específica dos bens ferroviários no período, temos a hipótese de que esses bens foram protegidos com base em múltiplas interpretações e valores.