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O núcleo central desta é reflexão a análise da dimensão política da organização do processo de trabalho da Estrada de Ferro Sorocabana, num período caracterizado pela introdução de práticas racionais e científicas em sua estrutura técnica e administrativa. Acompanhando a remodelação científica do processo de trabalho da Estrada de Ferro Sorocabana, que se implementou no período 1920-1940, pude recuperar e apresentar nesta dissertação as suas primeiras iniciativas, as reformulações e desdobramentos subseqüentes e as suas formas mais aperfeiçoadas, assim como relacioná-las aos aspectos de resistência cotidiana dos trabalhadores no espaço de trabalho. Isso significou investigar o confronto existente entre as estratégias de disciplinamento e controle realizado pela empresa com as formas de resistência dos trabalhadores no espaço produtivo. Ao mesmo tempo em que procurei conhecer as estratégias de intervenção da empresa sobre a vida privada dos trabalhadores, também pude ampliar as referências de análise sobre as suas formas de assimilação e/ou resistência diante das mesmas, assim como o modo como isso se manifestou. Desta forma, foram apresentados, neste trabalho, alguns aspectos sobre as manifestações dos ferroviários em relação às suas experiências, impressões e sentimentos, os quais fazem parte de uma totalidade complexa das práticas e representações que vivenciaram. A pesquisa realizou-se, portanto, através de um duplo movimento, envolvendo o espaço interno e externo ao processo de trabalho, cujas partes, embora possam ser observadas e apresentadas isoladamente, só podem ser entendidas enquanto constituintes de um único processo, vinculado às relações de poder entre dirigentes e dirigidos, existentes na organização capitalista de produção