Descrição
A expansão da produção cafeeira propiciou mudanças profundas no seio de São Paulo no final do século XIX. O advento da mão de obra imigrante e o crescimento das linhas férreas para escoamento do café foram resultantes do progresso econômico dessa região e do aumento demográfico (SALLA, 2014). Fruto dessa prosperidade, o desenvolvimento industrial impulsionou ainda mais a ampliação das cidades, sendo a Indústria Cerâmica uma das primeiras atividades fabris a prosperar, de acordo com Bellingieri (2005), pois com a produção dos seus bens de consumo serviam na construção dos demais mercados (OLIVEIRA, 2019). A interdependência entre o mercado do café e as fábricas de tijolo demonstra a importância destas para a compreensão do desenvolvimento do interior Paulista no período da Primeira República, pois, como explica Cossons (2012), as atividades industriais foram responsáveis por transformações jamais vistas nas sociedades onde estavam inseridas. Sendo assim, o presente estudo intenciona realizar uma pesquisa sobre a indústria cerâmica, em especial as olarias, no interior de São Paulo, surgidas a partir 1872 até 1912, mais especificamente do trecho percorrido pela linha do trem da Companhia Paulista entre Jundiaí e Piracicaba, pela significativa expansão demográfica na época. O intuito é compreender como o material cerâmico, em específico o tijolo, foi adotado e em que condições, no período de espaço-tempo citado, nas construções urbanas, explicando o porquê do surgimento e a concentração dessa indústria em alguns locais no interior paulista, a fim de contribuir para a bibliografia sobre o tema. Além disso, entender como se dava a produção de tijolos no período, quem era o detentor desse saber fazer e quais as condições técnicas necessárias para a fabricação desse material, a fim de contribuir para a bibliografia sobre o tema.
