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O patrimônio na encruzilhada do sentido: dispositivos de memória entre a chancela e o afeto
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Metadados
Título
O patrimônio na encruzilhada do sentido: dispositivos de memória entre a chancela e o afeto
dc.description.abstract
O objetivo desta pesquisa é discutir e relativizar o conceito de patrimônio. As múltiplas formas de produção e valoração do patrimônio, desde a sua origem, evidenciam uma trajetória histórica nômade e polissêmica do conceito. No século XX, com a celebração das convenções da Unesco e tratados internacionais sobre o patrimônio, a polissemia do conceito acentuou-se ainda mais, constituindo, com isso, uma “encruzilhada do sentido”, do significado, aqui trabalhada em duas dimensões: semântica e prática. A primeira diz respeito à própria polissemia ou polivalência da palavra patrimônio. A segunda, refere-se às práticas de produção e valoração dos bens culturais, tendo em vista o papel do Estado (Poder Público), com seus órgãos de defesa do patrimônio, e o papel das comunidades de cultura, produtoras de bens simbólicos. Parte-se do pressuposto de que todo patrimônio é produzido e legitimado no âmbito do espaço público, também trabalhado em duas perspectivas: espaço público-político e espaço público-comunitário. A primeira referese ao domínio das ações políticas, do Estado, da legislação, dos órgãos de preservação e defesa do patrimônio, da chancela, das forças políticas e dos conflitos no contexto urbano, levando em conta o cenário de Ourinhos-SP, com as ações da Prefeitura Municipal, da Secretaria Municipal de Cultura e da Comissão Municipal de Preservação do Patrimônio Histórico. A segunda referese ao contexto das comunidades e ao espaço de vida dos grupos de cultura, tendo como exemplo o universo religioso da comunidade Igreja Adventista do Sétimo Dia em Ourinhos. De um lado, os bens culturais consagrados e chancelados pelo Estado, enquanto patrimônio oficial do povo. De outro, os produtos culturais das comunidades, com seu valor simbólico-afetivo. Por um lado, os dispositivos de memória chancelada. Por outro, a memória afetiva das comunidades. A partir disso, busca-se responder: O que é patrimônio? Como ocorre o processo de valoração dos bens? Quem os valora? Se é patrimônio, é patrimônio para quem simbolicamente? Há patrimônio sem valoração? Patrimônio é aquilo que o Estado diz que é e chancela? Bens não-reconhecidos pelo Estado, excluídos e indeferidos em pedidos de tombamento, não são, portanto, patrimônios? O que são, então, os bens produzidos pelos grupos de cultura? O que escondem as chancelas? Para além delas, o que existe? Cabe ao historiador analisar apenas os bens consagrados pelo Estado? Como o pesquisador do patrimônio deve atuar frente à encruzilhada do sentido? Que patrimônio investigar? Tais questões costuram o trabalho do início ao fim. A tese aqui postulada é a de que patrimônio não é somente aquilo que o Estado consagra pela chancela. Há, sobretudo para além do tombamento, patrimônios tão legítimos quanto, porém, consagrados pela percepção afetiva.
dc.type
dc.date.issued
2017
dc.format.shorttitle
O patrimônio na encruzilhada do sentido
dc.publisher
Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho
dc.publisher.place
Assis
dc.rights
Acesso aberto
dc.relation.archive
Programa de Pós-graduação em História
dc.relation.archivelocation
HISTÓRIA (Área CAPES)
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repositorio.unesp.br
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dc.subject.manualtags
memória | Ourinhos (estação) (SP) | Ourinhos (SP) | patrimônio cultural | patrimônio ferroviário | política pública
dc.contributor.author
Prado, André Pires do
dc.identifier.uri
dc.language
por