Entre os dias 16 e 20 de dezembro de 2019 integrantes da equipe Memória Ferroviária realizaram uma visita técnica ao antigo trecho ferroviário Campinas a Jundiaí. A visita nas cidades de Jundiaí, Vinhedo, Louveira e Valinhos teve por objetivo aplicar a Abordagem de Valorização do Patrimônio (AVP), que visa incluir a comunidade no reconhecimento de bens culturais. Os objetos estudados foram as estações das cidades, além da antiga oficina ferroviária da companhia paulista de estradas de ferro em Jundiaí (conhecida como Complexo FEPASA).
Dentre os participantes estava um aluno da pedagogia da USP, Evandro Santana Júnior (24 anos) e uma aluna do curso de Turismo da UNESP, Brenda Letícia Lichewiski dos Santos (20 anos). Segundo Evandro Santana Jr., a metodologia AVP é um conjunto de coleta de dados que cumprem uma análise de maior complexidade, já que possui diversos tipos de abordagens. Ela foi aplicada nas comunidades em forma de mapa de fluxo, entrevistas com roteiros padronizados e photovoices. Para Brenda Santos, essas abordagens permitem entender o patrimônio através dos diversos sentidos dos indivíduos (sensoriais, memorativos e de conduta). A proposta foi concebida em projetos de entidade internacionais de preservação – o Getty Center (Estados Unidos) e English Heritage (Reino Unido) – e a equipe Memória Ferroviária teve contato por meio de capacitação com Neil Silberman, arqueólogo norte-americano e membro do ICOMOS/US em interpretação do patrimônio cultural.
Segundo ambos, a visita e aplicação da metodologia lhes permitirá uma análise mais completa sobre a relação da comunidade e o patrimônio com o qual elas convivem no cotidiano – em especial o industrial ferroviário. A metodologia é utilizada em diversos projetos individuais da equipe, como afirma Brenda Santos, que o utiliza para entender a percepção dos moradores sobre antiga área ferroviária da Companhia Paulista, no centro de Campinas – onde hoje funciona o projeto Estação Cultura (da Secretaria de Cultura) e outros órgãos da prefeitura. Além disso, os membros aprenderam como funciona a metodologia por meio das visitas técnicas como a realizada, para aplicar em suas próprias pesquisa.
Na aplicação da metodologia, os membros da equipe visitaram cada dia uma cidade e se separaram para a aplicação (e assim abranger o maior número de pessoas e, consequentemente, coletar o maiores dados). Os dados coletados serão utilizados na compreender como as comunidades interagem com os bens protegidos ou não. O que poderá permitir aprimorar políticas municipais de preservação, projetos de interpretação patrimonial das instituições ou roteiros pedagógicos.
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