No dia 30 de agosto ocorreu na UNESP, Campus de Rosana, a primeira fase do XVIII Congresso de Iniciação Científica da UNESP (CIC). Neste evento, a pesquisadora Milena Meira da Silva, integrante de equipe MF, apresentou os resultados parciais de sua renovação de iniciação científica, que vem sido desenvolvida desde 2014 com auxílio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP 2014/16572-6). O título do trabalho apresentado foi “Analise comparativa sobre proteção e viabilidade de uso turístico: Complexo da Estação Ferroviária de Jundiaí e Complexo FEPASA”. Sendo o Complexo da Estação Ferroviária de Jundiaí o objeto de estudo abordado em primeira investigação e o Complexo FEPASA na renovação de IC, a análise comparativa torna-se um dos objetivos propostos nesta segunda investigação.
De maneira geral, o estudo busca analisar a proteção e potencial de uso turístico do Complexo da Estação Ferroviária de Jundiaí (SPR) e Complexo FEPASA (Cia. Paulista), a fim de realizar um comparativo entre esses bens protegidos por diferentes instâncias em Jundiaí. Para isso, nesta primeira etapa buscou-se verificar a existência de projetos de reutilização e preservação que contemplem o Complexo FEPASA; identificar o estado atual e usos dos diferentes edifícios do conjunto; e avaliar sua preservação e uso em relação a diretrizes internacionais sobre o patrimônio industrial. Em segundo instante está prevista a análise comparativa sobre os diferentes usos, projetos de intervenções e instituições responsáveis pelos bens (Complexo FEPASA e Estação de Jundiaí); e a identificação da infraestrutura turística do Conjunto tombado da Companhia Paulista de Estradas de Ferro.
Como metodologia, a pesquisadora utilizou-se de pesquisa documental, entrevistas com gestores municipais e aplicação de ficha previamente elaborada no Laboratório de Patrimônio Cultural (LaPC/UNESP). Para as etapas subsequentes se utilizará de ficha de avaliação de serviços de atendimento ao turista e infraestruturas afins, a partir de Murta & Albano (2012), além de sistema de informação geográfica (SIG) para identificação geoespacial.
Dentre os resultados, Milena notou que o pedido de tombamento partiu de uma sociedade municipal interessada na proteção do patrimônio histórico de Jundiaí. A solicitação foi justificada além dos valores históricos e arquitetônicos do conjunto, também pelo interesse na garantia de seu uso público. O tombamento foi decretado considerando esses valores, mas não cabendo a ele garantir o uso público desses espaços. Os antigos remanescentes da Cia. Paulista atualmente estão sob gestão do Município e uma parte dos edifícios apresentam usos destinados a serviços públicos. Em entrevista realizada com os atuais gestores, verificou-se que existem projetos que incentivam a proteção do conjunto, algo que é mais evidente neste Complexo do que foi observado em primeiro estudo realizado (estação da SPR). Quanto ao atual estado de conservação, de maneira geral, observou-se que o uso atribuído através dos tempos garantiu a manutenção de parcela desses edifícios. Em contrapartida, outra parte desses imóveis se encontra em total descaso. Subentende-se que seja ocasionado por sua falta de uso, tendo em vista que a ocupação do monumento assegura sua continuidade vital (ATENAS, 1931). Parte-se da hipótese de que o Complexo FEPASA apresenta maior infraestrutura e potencial de uso turístico que o Complexo da Estação, tendo em vista que os usos e atual gestão do primeiro conjunto possibilita maior interesse para esses fins do que o segundo, que é utilizado apenas para fins de serviços de transportes e moradias.
Milena Meira da Silva é estudante da UNESP no Campus de Rosana (8º termo de Turismo). Seu trabalho foi selecionado para a segunda fase do CIC, que será realizada nos dias 3 e 4 de novembro no Centro de Convenções do Obeid Plaza Hotel, localizado na cidade de Bauru.
PARABÉNS MILENA!