Na última segunda-feira, dia 02 de outubro de 2017, Priscila Kamilynn Araújo dos Santos e Rafaela Rogato Rondon Silva, membros do projeto Memória Ferroviária, defenderam suas respectivas teses no auditório da Faculdade de Arquitetura, Artes e Comunicação da UNESP em Bauru/SP. Ambas as investigações são financiadas pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP), a de Priscila através do processo (2015/07596-1) e Rafaela pelo processo (2015/06931-1). Ambas as investigações foram orientadas pelo Prof. Dr. Eduardo Romero de Oliveira (UNESP/Rosana) dentro do Programa de Pós-Graduação em Arquitetura e Urbanismo da FAAC/UNESP.
O primeiro trabalho apresentado e discutido foi o da Priscila Santos, com Comissão Avaliadora formada pela Profª. Drª. Maria Cristina da Silva Schicchi (PUC/Campinas) e Profª. Drª. Rosio Fernández Baca Salcedo (FAAC/UNESP), através de investigação intitulada “Conjunto Ferroviário da Estação Guanabara (Campinas – SP): estudo sobre práticas de preservação e usos sociais do patrimônio ferroviário”.
Resumo: esta investigação apresenta um exame pormenorizado do Conjunto Ferroviário da Estação Guanabara, na cidade de Campinas, construído a partir de 1893 com o propósito de ampliar os prédios da Companhia Mogiana de Estradas de Ferro. A importância da área para a empresa culminou na formação de um pátio composto por 13 linhas e 105 estruturas edificadas (MOGIANA, 1969). No entanto, com o declínio do sistema ferroviário, os imóveis foram desativados e reutilizados de diferentes formas, sejam elas regulares ou irregulares. Dentro dessas considerações, busca-se compreender os usos sociais do patrimônio ferroviário existente no local (prédios de operação, manutenção, moradias e área esportiva), a fim de refletir sobre práticas de preservação e usos dos conjuntos históricos por agentes sociais. Para auferir o proposto, a metodologia de trabalho inclui levantamentos bibliográficos e documentais, entrevistas com os gestores, inventário e mapeamento. Com isso, identificou-se não apenas como se originou o processo de reuso, mas os desafios contemporâneos que ofuscam a leitura sistêmica do conjunto ferroviário sob a perspectiva histórica, social, patrimonial e urbana. Por fim, destacam-se as variáveis que suscitaram os problemas e algumas práticas capazes de revertê-los.
Palavras-chave: Palavras-chave: Patrimônio Industrial, Conjunto Ferroviário, Estação Guanabara, Gestão Patrimonial e Campinas.
No mesmo dia no período da tarde, a investigação de Rafaela Silva com o título “Bens ferroviários de Mairinque: análise da articulação do conjunto industrial urbano e sua preservação” foi aprovada pela Comissão Avaliadora composta pela Profª. Drª. Norma Regina Truppel Constantino (FAAC/UNESP) e pelo Prof. Dr. Antônio Soukef Júnior (FIAM-FAAM)
Resumo: A presente pesquisa propõe a análise do conjunto ferroviário existente na cidade de Mairinque, localizada no Estado de São Paulo e fundada originalmente como uma vila, em 1890, para atender aos interesses da Companhia Estrada de Ferro Sorocabana. Dentre os edifícios da vila, que ainda prevalecem, encontram-se, por exemplo, casas, oficinas, galpões e armazém. A estação de Mairinque foi tombada pelo CONDEPHAAT e IPHAN, porém existem outros remanescentes do conjunto ferroviário, mesmo sem receber proteção legal semelhante. Nesse caso, cabe questionar se as medidas de proteção e as apropriações adotadas no decorrer do tempo contribuíram para a manutenção da articulação original e permanência do conjunto. Dessa forma, nosso objetivo geral consiste em compreender a articulação entre os bens que determinam o entendimento sobre o conjunto, por meio da análise sobre a formação original ferroviária, as medidas de proteção e intervenção promovidas e a situação atual em que se encontra, a fim de estabelecermos diretrizes de preservação adequadas à realidade local. Para tanto, a metodologia de trabalho inclui pesquisa documental e bibliográfica, levantamento de campo, inventário, mapeamento e entrevista. Sendo que as diretrizes propostas poderiam alterar a condição de abandono e descaracterização das áreas que sofreram com o declínio da ferrovia, valorizar regiões que possuem vestígios dessa atividade e modificar as relações empreendidas entre a cidade e o conjunto.
Palavras-chave: Preservação, Conjunto Ferroviário, Patrimônio Industrial, Mairinque.
As monografias completas das autoras estão em processo administrativo e em breve estarão disponíveis na base de dados da UNESP.