Palestrante: Dra. Maria Isabel Alba Dorado (Universidade de Málaga – Espanha)
Data: 27/11/2017
Local: Auditório do CCO – Mezanino da Estação Brás (Praça Agente Cícero – s/nº – Brás, São Paulo)
Horário: das 19 às 21 h
Título: Através do Espelho no País das Maravilhas: uma aproximação da paisagem industrial ferroviária no Brasil
CV: Doutora em Arquitetura pela Universidade de Sevilha (2008). Atualmente, está no Brasil para realização de sua investigação de pós-doutorado com apoio da bolsa de pesquisa internacional “José Catillejo”. É docente da Universidade de Málaga (Espanha), tendo atuado também em outras instituições do país: Universidade de Sevilha, Universidade de Coruña e Universidade de Antonio Nebrija. A professora tem atuação intensa sobre o estudo, valoração e proteção do patrimônio industrial a partir de uma perspectiva integral, através de sua consideração como paisagem cultural. Maria Isabel Alba Dorado desenvolve sua investigação como pesquisadora principal do grupo de pesquisa “Laboratorio del Paisaje Industrial Andaluz”. Conta com diferentes livros e artigos sobre a paisagem industrial.
Resumo da palestra: No Brasil, o surgimento da ferrovia como consequência do desenvolvimento econômico-industrial de meados do século XIX, teve profundas consequências históricas relacionadas com a paisagem cultural que ela gerou em seu entorno. Assim, o trem foi um elemento estruturante do território, vetor de instalação de novos assentamentos, gerador de espaços urbanos significativos, origem de uma nova arquitetura e canalizador de um modelo de transporte. A ferrovia teve papel decisivo na definição e transformação da paisagem, conectando em rede diversas cidades e estas vinculadas pela produção do café. Isso configurou e definiu novas espacialidades, criando novos elementos como estações, escritórios, oficinas, vilas operárias… impondo-se na paisagem e modificando de um modo intenso a forma de vida e o pensamento da sociedade.
Esta palestra é um convite à aproximação das maravilhosas paisagens criadas pela ferrovia e da complexidade que representam. Desta forma, enfrentamos também os numerosos desafios que estas paisagens apresentam para o estudo e intervenções.