No final de semana passado (14-15 de outubro, 2016) vários pesquisadores da equipe MF participaram na cidade de Córdoba (Andaluzia, Espanha) do V Seminario Paisajes Industriales Andaluces, que nesta edição ocupou-se das paisagens da produção do sal. A atividade, organizada pelo Centro de Estudios Andaluces, contou com a participação de pesquisadores, estudiosos, alunos e outros profissionais procedentes de áreas tais como Engenharia, Arquitetura, Educação, Arqueologia, Biologia, Musicologia, Turismo e Direito, entre outras, o que favoreceu uma rica troca de ideias e discussões.
As atividades começaram na tarde da sexta-feira, com apresentação institucional por parte da Universidade de Córdoba e do Centro de Estudios Andaluces. O professor Julián Sobrino (ETSA/Sevilha, membro da equipe MF) marcou as linhas de trabalho e fez as primeiras provocações ao debate. Entre outras ideias, defendeu o uso do termo “paisagens da produção” (no lugar de “paisagens industriais”, limitados à industrialização) e a necessidade de seu estudo para superar o preconceito à Andaluzia como “região sem indústria”. A seguir, a professora Emilia Román López (UPM/Madrid) ministrou a palestra “Paisajes de la Sal en Andalucía”, onde apresentou os principais resultados da sua Tese Doutoral.
Após a palestra supracitada, os participantes se dividiram em três grupos de trabalho, onde foram analisados e discutidos diferentes elementos em relação com as paisagens do sal, segundo o esquema a seguir:
Oficina 1: TERRITÓRIO. Contextos geográficos, ordenação do território e projetos de intervenção.
Oficina 2: O PATRIMÔNIO DAS SALINAS. Documentação, gestão patrimonial e processos de ativação.
Oficina 3: A PERCEPÇÃO DA PAISAGEM. Caracterização, referências literárias, cartográficas e iconográficas e memória.
Na manhã do sábado, 15 de outubro, os participantes visitaram as Salinas de Duernas, uma exploração de sal localizada ao sul da cidade de Córdoba. Trata-se, por tanto, de uma salina de interior (não litoral), e, talvez por esse motivo, também de um patrimônio muito desconhecido. As Salinas de Duernas tem sido exploradas desde a antiguidade até o momento atual (continuam em uso), de forma que a sua paisagem apresenta vestígios de fases de trabalho muito espalhadas no tempo. Para a sua correta compreensão, a visita foi monitorada por uma equipe de arqueólogos, biólogos e produtores de sal (salineros).
De volta a Faculdade de Filosofia e Letras (Universidade de Córdoba), os três grupos de trabalho reuniram-se novamente para discutir sobre a experiência e elaborar conclusões preliminares. As ditas conclusões foram apresentadas e discutidas na sessão de encerramento pelos porta-vozes de cada grupo, junto aos organizadores e demais participantes. Dessa maneira, a atividade se destacou pelo forte caráter multidisciplinar e participativo.